quinta-feira, 24 de agosto de 2017

sofra até não suportar
mas não diga que é por mim, Jesus Cristo
não quero lhe dever o meu espírito
não quero que me caiba
o nome da serpente
deixe-me ser
este maldito inocente

você pode o mundo abençoar
mas me poupe da sua bênção, ó Jesus
não quero carregar sua cruz
não na minha paleta
não me faça um vingador,
mais um obstinado
do seu inútil horror
o bem, tu e o mal

Tu podes escolher entre o bem e o mal
mas poso dizer que no fim é tudo igual
já que eu não posso convencer a ninguém
já que também
há remorso em se fazer o bem

Tu não sentes?
sensação de perda
como a culpa
de quem mente...
Uma opção eterna
se faz a cada instante...

É como dizer que não existe templo para a moral
tudo gira ao centro da mesma esfera
Já se disse porém
que nada que precises de verdade te dará o mal
e nada que não precises lhe dará o bem que se fizera

terça-feira, 6 de junho de 2017

quase milonga

de milongas eu encho minha mente
enquanto eu deixo que entre si  conversem
e depois uma ideia me reservem
para as coisas que me vêm pela frente

uma palavra, entre silêncios, isolada
como nas pausas desta quase milonga
sem raiva, ressentimento, sem medo de nada
até sem som...    mas um compreendimento que me responda

terça-feira, 23 de maio de 2017

talvez eu seja a aposta errada
talvez eu fosse: não deu em nada
...intruso no planeta
se cada um nasce pelado
somos todos da sarjeta

fome, frio, medo na parada
é o que deus reservou à prole amada
a gente se ajeita
como pode um desesperado
ou seja, a gente enfrenta

quinta-feira, 23 de junho de 2016

a hora é essa
vou agir nem que seja com pressa
como vítima da intuição
é que meu futuro
no passado já se mostrou muito curto
o rastro do furacão

que seja de pressa
não como os dias de quem passa embriagado
e suas coisas das quais ficou de lado
o que jamais regressa
mas se as horas parecem presas na parede
te lembra que a tua vida é feita dessa rede



se trilhas fossem escolhidas pelo gosto
e não escapadas dos males que se teme
até diria que é um deus quem julga
as cargas perenes nos meus ombros
e nas solas andarilhas dos meus tênis
como se andar sempre fosse fuga

então quando surjam umas rugas
que sejam o que reconfigura
a cara ao caráter que se apura
por trás da máscara do cara

alguma lágrima vertida se enxuga
na aspereza desta pele por fora
mas dentro do peito o espírito transborda
e mantém minha matéria em fúria


domingo, 8 de maio de 2016

famigerados cidadãos de bem,
me mata saber se isso é cinismo ou se é maldade
mas não é ingenuidade!
sinceramente não creio que alguém
de coração bom e leve, caia no blefe
de quem rouba e fere

Mas se depender de nós pode ser 
que um dia o ódio se arrefece
mas até lá teremos que ser
bravos... como Dilma Rousseff

nós, contra a correnteza de mentiras
destinados a revelar sua imensa hipocrisia
Mas conseguiram dar o golpe de vocês
maldito ano de dois mil e dezesseis!
Aqueles que morreram pela Democracia
vocês assassinaram outra vez