quinta-feira, 23 de junho de 2016

a hora é essa
vou agir nem que seja com pressa
como vítima da intuição
é que meu futuro
no passado já se mostrou muito curto
o rastro do furacão

que seja de pressa
não como os dias de quem passa embriagado
e suas coisas das quais ficou de lado
o que jamais regressa
mas se as horas parecem presas na parede
te lembra que a tua vida é feita dessa rede



se trilhas fossem escolhidas pelo gosto
e não escapadas dos males que se teme
até diria que é um deus quem julga
as cargas perenes nos meus ombros
e nas solas andarilhas dos meus tênis
como se andar sempre fosse fuga

então quando surjam umas rugas
que sejam o que reconfigura
a cara ao caráter que se apura
por trás da máscara do cara

alguma lágrima vertida se enxuga
na aspereza desta pele por fora
mas dentro do peito o espírito transborda
e mantém minha matéria em fúria


domingo, 8 de maio de 2016

famigerados cidadãos de bem,
me mata saber se isso é cinismo ou se é maldade
mas não é ingenuidade!
sinceramente não creio que alguém
de coração bom e leve, caia no blefe
de quem rouba e fere

Mas se depender de nós pode ser 
que um dia o ódio se arrefece
mas até lá teremos que ser
bravos... como Dilma Rousseff

nós, contra a correnteza de mentiras
destinados a revelar sua imensa hipocrisia
Mas conseguiram dar o golpe de vocês
maldito ano de dois mil e dezesseis!
Aqueles que morreram pela Democracia
vocês assassinaram outra vez
é difícil descortinar a realidade
e tirar cada um dos 7 véus
seria tarefa para deus
se ele tivesse mãos e vontade

como nada fazem mãos em prece
se o mundo não acontece nos céus
não bastam, então, os olhos seus
para ver, seja um que merece

mas como olhos de águia veem apenas ratos
e a lente do crente não vê mais nada
tenha olhos rasos d’água por qualquer barato
deixa despretenciosa a alma preparada

pra poder ver o que não é de rastro
o que tampouco é de visão
um pouco de coração, que não é exato
ou será cego entre cegos na multidão