sexta-feira, 26 de setembro de 2014

uma cidade invisível sitia a nossa
de brasileiros que abandonaram a roça
enquanto não toma forma e cores
no miolo cercado crescem as torres

cruzamos nessas ruas nossas vidas
filhos de peões que deixaram a lida
e deserdados da terra ancestral
no centro da aldeia: marginal

como podemos ser tão cegos?
quem decidiu que isto é certo?
lacunas no espaço que conhecemos
a Imagem da Cidade que nós não vemos
 
sombras aos pés dos arranha-céus
somos todos de todos réus
vultos nos trens-fantasmas
entre fachadas, ruídos e fumaça

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