sete cidades
Quero
compreender quantos pedaços
tem este panorama
desmontado
com meus
sapatos, meu cansaço
até seu
último passo
Já ouvi
dizer que são sete círculos
como
qualquer inferno que arde
onde os
metros são mais quadrados
feitos de
tantos mais cubículos
Costumo
contar em sete léguas
as
distâncias maiores que a vontade
mas quero
ouvir a voz de um século
congelada no
concreto da cidade
andando por
onde vá seu chão
– sem ver se
é meu ou dela o tédio –
de máscara
contra a poluição
intoxicante das
ondas de rádio
vazando
incessantes pelas cloacas
e latrinas
eletro-eletrônicas
e com sorte escutar
o murmúrio
de um
córrego enterrado
a sete
palmos de asfalto
ou talvez um
grito em sussurro
de alguém
encerrado
a sete
andares lá no alto
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