segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019


o céu escorre azul nas frestas
entre os edifícios do centro
permeia as histórias incertas
sob torres de barro e cimento           
onde o vício que é a solidão
põe o mundo fora de questão

um fio do firmamento da cor do cobalto
em uma ou outra perspectiva ligeira
às vezes até encosta na lixa do asfalto
é curioso como la ciudad se apresenta
aqui tudo parece contradição pura
ainda que seja dura, cinzenta demais
não importa o tamanho nem a altura
a arquitetura é noventa por cento ar

e nenhum outra possibilidade está
longe daqui, meu amigo!
sem colunas para lhe sustentar,
o céu também pode te esmagar
é uma fobia que exige abrigo
a imensa claridade pode assustar

                ...e mostrar que não há nada demais em nenhum lugar

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