segunda-feira, 9 de novembro de 2020

 brava gente gentil
 
Tal qual qualquer qüera que quer a “guerra”
contra as tristezas na cara curva da Terra
encontro-me encruado na encrenca que me emperra
 
Encurralado, atracado com a fera que me ferra
enjaulado no jazigo injuriado junto às pedras
sem jurar justiça ao jugo sujo que nos perpetra
 
Em novembro a brava gente gentil do Brasil celebra
e fica braba cada um quieto no seu quadrado
enquanto na quadra tá tudo tranquilo, quem dera...
e em Nove do sete se sente que segue o todo tal como era
no país com os golpes a galope de gangues de engomadas
grupos gananciosos armados de grana e seus capangas
com gravatas, togas, fardas, com cinismo e engodos
gordos sanguessugas que se agarram à goela de quem sangra
e com bafo bufam e berram sua birra bizarra e abafam
as vozes vilipendiadas por pancadas, fome e fogo
violência velada viola o vigor de viver, eles se safam
ávidos e viris por vantagens e vitórias vis,
vírus vorazes avançam, velha verve vulgar que sempre vi
 
Entretanto tem tanto tolo lutando metido a taura            
todos auto-torturados e tontos
por um tétrico hipotético direito um tanto quanto hipócrita
de matar e ser morto a torto e direito como torpes idiotas 
típico de direita distópica dos trópicos e sub-trópicos



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